domingo, 28 de fevereiro de 2010

Lixo Atômico

Lixo atômico" é o termo popular empregado para designar o "lixo" radioativo gerado nos reatores nucleares e nas usinas de reprocessamento de elementos combustíveis queimados. Contudo, o termo mais adequado e utilizado pela comunidade científica é "rejeito radioativo", que abrange todos aqueles materiais que não podem ser reaproveitados e que contêm substâncias radioativas em quantidades tais que não podem ser tratados como lixo comum.


Um dos grandes problemas ambientais ocasionados pelas usinas nucleares é o lixo atômico. Trata-se dos resíduos que decorrem do funcionamento normal do reator: elemento radioativo que "sobram" e que não podem ser reutilizados ou que ficaram radioativo devido ao fato de entrarem em contato, de alguma forma, com o reator nuclear. Para se ter uma idéia, uma usina nuclear produz por ano, em média, um volume de lixo atômico da ordem de 3m3.

Normalmente se coloca esse lixo atômico em grossas caixas de concretos e outros materiais para em seguida jogá-los no mar ou enterrados em locais especiais. As condições de armazenamento desse lixo é preocupante, pois essas caixas podem se desgastar com o tempo e abrir contaminando assim o meio ambiente. Esse site fala sobre tudo o lixo atômico de uma forma não cansativa.


O que é e como é produzido o lixo atômico?


Lixo atômico ou nuclear, como é conhecido popularmente, é o que tecnicamente, nós da área, designamos de "rejeito radioativo". Como é sabido, toda e qualquer atividade humana geram resíduos. Quando estas atividades envolvem a utilização de material radioativo (por exemplo: usinas nucleoelétricas, hospitais, industrias, clínicas, centros de pesquisas, universidades) inevitavelmente dão origem a rejeitos radioativos.



O rejeito radioativo é definido em norma como sendo todo material resultante de atividades humanas, que contém elementos radioativos acima dos limites de isenção e para o qual não há previsão de reutilização.Estes limites são estabelecidos em normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN-NE-6.02. Licenciamento de Instalações Radioativas).



Quanto ao MAPA de onde está " espalhado o lixo radioativo no mundo ", deve-se esclarecer que o rejeito não fica espalhado, pois fica confinado/dispostos em depósitos temporários ou definitivos (repositórios). O depósito temporário normalmente fica no local das instalações geradoras. No Brasil isto também está estabelecido em norma, ou seja, toda instalação que gera este tipo de rejeito deve prover meios de gerenciar seus rejeitos e ter um local apropriado para armazená-los até que os níveis de radioatividade decresçam aos níveis de isenção.



O tempo necessário para isto acontecer depende essencialmente do elemento radioativo, pois cada um tem seu tempo de decaimento ou seja uma meia-vida. A meia-vida é o tempo para que a radiaotividade de um elemento se reduza a metade.Os repositórios de rejeitos são projetados para confinar o rejeito por longos periodos de tempo. Os países mais desenvolvidos já possuem estes repositórios, no BR está em estudos, pois o volume de rejeitos não é tão significante e os níveis de radioatividade considerados baixos


Resposta fornecida pela Dra. Laura Sakiko Endo, chefe do Departamento de Rejeitos Radioativos, da Diretoria de Segurança Nuclear.


Qual é o destino do lixo nuclear produzido no mundo?


Cada tipo de resíduo nuclear tem um destino. "Depende do grau de radioatividade e dos materiais de que ele é composto", diz o engenheiro Alfredo Tranjan Filho, diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão governamental criado para fiscalizar o uso de material radioativo. O lixo nuclear - ou "rejeito radioativo" - é classificado em três tipos: os de alta, média e baixa radioatividade. Entre uma gradação e outra, a radiação aumenta cerca de mil vezes. Os rejeitos de nível baixo e médio são guardados em depósitos provisórios ou permanentes. No Brasil, há depósitos provisórios em centros de pesquisa nuclear no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais - o único depósito permanente fica em Goiás. O grande problema está mesmo no lixo de alta radioatividade, como restos do combustível nuclear que move as usinas. De tão perigosas, essas pastilhas gastas de urânio vão sendo empilhadas em uma piscina de resfriamento ao lado do reator onde são usadas.


Tanto a piscina quanto o reator são cercados por várias barreiras de aço, chumbo e concreto. A piscina da usina de Angra II, por exemplo, tem capacidade para armazenar lixo por mais de 40 anos, o mesmo tempo de vida útil do reator. E o que acontece depois? "Por incrível que pareça, no mundo inteiro ainda não se chegou a uma resposta definitiva", afirma a física Emico Okuno, da USP. Em um passado recente, alguns países jogaram rejeitos no mar e em minas de sal abandonadas. Hoje, devido à maior consciência ambiental, essas opções foram descartadas. "Por mais que se diga o contrário, é impossível garantir 100% de segurança para esses materiais. A única solução seria parar de usar energia nuclear", diz Reinaldo Canto, diretor de comunicação no Brasil do Greenpeace, principal organização mundial de defesa do meio ambiente.

Temível armazenamento
Os rejeitos mais perigosos são guardados em piscinas especiais
Lixo de baixa radioatividade
Produtos Tudo que entra em contato com material radioativo, como ferramentas, luvas, roupas de proteção de operários e material de laboratório
Destino Latas sem blindagem especial, guardadas em depósitos temporários, perto de onde o lixo é produzido. Depois, elas podem seguir para depósitos subterrâneos
Lixo de média radioatividade
Produtos Recipientes usados de combustível nuclear, peças de reator e rejeitos químicos dos processos de mineração e enriquecimento de urânio
Destino Em geral, é guardado nos mesmos locais que o lixo de baixa radiação, mas com uma grande diferença: esse tipo de rejeito fica dentro de tonéis blindados de concreto
Lixo de alta radioatividade
Produtos Pastilhas gastas de urânio, usadas como combustível de reatores, e rejeitos líquidos oriundos da extração de plutônio para fabricação de bombas nucleares
Destino É guardado em piscinas protegidas junto aos próprios reatores das usinas, ou em depósitos provisórios

Nenhum comentário:

Postar um comentário